Busca por palavras

sábado, 13 de dezembro de 2008

Equilíbrio, um fator decisivo para o serviço cristão (Parte 4)

Equilíbrio no uso dos dons:

Pela graça de Deus tenho mais uma vez a oportunidade de escrever. Quero pedir a todos desculpas por tanto tempo sem postar neste blog por estar muito atarefado no trabalho. Dessa vez quero falar sobre a necessidade de equilíbrio no uso dos dons do Espírito, como prometi. Para tanto, quero primeiramente falar sobre alguns pontos importantes sobre a natureza dos dons do Espírito.

1 – Eles são “dons”:

Os dons espirituais são dados (1 Co 12.7) por Deus a nós para a edificação da igreja (1 Co 14.1-5) e para que Deus se manifeste em nosso meio de forma explícita e incontestável, de maneira que os incrédulos sejam convencidos de que Deus está entre nós (1 Co 14.24,25). Portanto, não achemos nós que somos alguma coisa por termos recebido de Deus algum dom, afinal, Deus nos concede tudo pela sua graça, ou seja, pelo seu favor, mesmo que não mereçamos. Como afirma o Pr. Silas Malafaia em sua mensagem intitulada “O Reino de Deus”, “A manifestação dos dons do Espírito não é a prova de que Deus tem aprovado todos os nossos atos, mas é a manifestação da misericórdia de Deus para conosco”. Não esqueçamos que a igreja a qual não lhe faltava um só dom nos dias de Paulo, foi também uma das igrejas mais problemáticas (1 Co 1.7).

2 – Eles são para hoje:

Me admira que dois mil anos depois de Cristo ter provado que as Escrituras não falham, pois são a Palavra de Deus, ainda existam desafiadores da Bíblia que afirmam, contra ela própria, que os dons cessaram. Para eles é aceitável que Satanás levante suas súditos milagreiros com todos os sinais que eles têm direito, mas para estes mesmos, é irracional que Deus conceda dons para seus ministros pelo seu poder e graça de forma que Ele se manifeste. Ou seja, para eles, os filhos do Diabo podem ter dons, mas os de Deus não! Aconselho aos tais que humildemente olhemos para a Bíblia despojados de nossa própria sabedoria para que a sabedoria de Deus seja manifesta, e pergunto aos tais, onde há na Bíblia um só versículo que nos diga que os dons do Espírito cessaram?! Enquanto eles pensam quero mostrar dezenas de versículos que provam que eles são reais e que estão disponíveis hoje para todos os que crêem que Deus ainda fala e faz milagres (Mc 16.15-18; At 2.39; 6.8; 11.27,28; 14.3;15.32; 21.9-12; Rm 1.11; 12.8; 15.19; 1 Co 1.7; 12.1 – 14.40; Gl 3.5; Ef 4.7-12; 1 Tm 4.14), estes são alguns dos muitos versículos que provam que os dons do Espírito não cessaram e quero por em destaque At 2.39: “Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar.”, essa é a última pá de terra na cova do cessacionismo. Quero, no entanto, dizer aos meus irmãos tradicionais, que apesar de não concordar com sua visão cessacionista, os respeito e estimo, pois somos irmãos em Cristo. Não há lugar no cristianismo para desavenças, por isso, vençamos este demônio chamado intriga que permeia o meio evangélico brasileiro, afinal, o reino de Deus é um só e na Glória estaremos todos unidos sem placa de denominação ou corrente teológico-filosófica. Bom, já falei muito sobre os dons, quero me ater a essência deste artigo, o equilíbrio.
Vencendo os exageros:

Assim como existem pessoas que não crêem nos dons espirituais, também existem aqueles que os colocam num patamar tão elevado na igreja que desprezam o ensinamento da Palavra de Deus e há os que em vez de sujeitarem suas experiências à revelação trazida pela Bíblia, pelo contrário, sujeitam a interpretação da Bíblia às suas experiências. No entanto, a única fonte segura de conhecimento acerca dos dons do Espírito é a Palavra de Deus e devem, nossas experiências sobrenaturais, passarem pelo crivo das Escrituras para sabermos se vêm, ou não, de Deus. O fanatismo com relação aos dons certamente levará alguns a perder sua fé nas manifestações pentecostais, uma profecia que não se cumpriu, uma revelação que não condiz com a veracidade os fatos, um movimento estranho que se assemelha aos cultos afro-brasileiros, línguas usadas de maneira errada, ausência da Palavra no culto dando lugar ao experiencialismo, adoração extravagante, gritarias excessivas, todas essas manifestações sem sentido que acontecem no meio pseudo-pentecostal podem até mesmo desviar alguns do interesse pelo culto, ou pior, podem envolvê-los nessa liturgia barata fazendo-os perder a sensibilidade espiritual e o desejo pelas verdadeiras manifestações do Espírito (1 Co 14.23). Sabemos que Deus fala através do dom da profecia, busquemos o dom da profecia, sabemos que Deus cura os doentes, busquemos os dons de curar, sabemos que Deus nos capacita a falarmos várias línguas, busquemos o dom da variedade de línguas, sabemos que Deus se manifesta no culto, busquemos essas manifestações verdadeiras para as nossas vidas, pois é desejo de Deus realizá-las, mas não deixemos de pregar a Palavra de Deus nem de louvar a Deus com sabedoria, nem de orar a Deus pois, no culto deve haver hora para todos esses elementos (1 Co 14.26).

Irmãos, quero glorificar a Deus por sua graça pois mesmo com nossos erros ele nos ama e quer nos transformar. Não sejamos meninos no entendimento (1 Co 13.11,12), Deus quer dar-nos mais e mais da sua sabedoria, discernimento e conhecimento, não desprezemos a sua Palavra, pois ele é o nosso Deus. Uma igreja capacitada pelo Senhor através dos dons certamente será vitoriosa se usá-los corretamente, porém uma que não sabe usar esses mesmos dons com sabedoria ira fracassar. A igreja no Brasil tem muito terreno a ser conquistado, muitas almas a serem ganhas, usemos a virtude do Espírito Santo para esse propósito e seremos testemunhas do Senhor Jeová, testemunhas verdadeiras e não por nossa própria boca, mas pela Palavra do próprio Deus que diz: “... E serme-eis testemunhas... ”, quando? Quando vier sobre vós “... a virtude do Espírito Santo... ” (At 1.8). Para finalizar quero deixar um versículo que expressa toda a temática desse artigo: "Antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo." (2 Pe 3.18a).
Amém!

sábado, 8 de novembro de 2008

Equilíbrio, um fator decisivo para o serviço cristão (Parte 3)

O perigo do liberalismo.

Chegamos a um ponto muito importante dessa série de artigos sobre equilíbrio que não acaba aqui já que esse é um assunto muito amplo. Falarei agora sobre a chamada onda do "não tem nada a ver!". Por favor, não me chamem de saudosista, eu entendo que não podemos viver do passado e sei que ainda existam sete mil que não se prostraram diante de Baal (1 Rs 19.18), mas já perceberam o quanto a igreja perdeu em qualidade?! Não possuíamos tantos seminários teológicos como hoje, mas o fogo do Espírito Santo ardia nos corações dos crentes de uma forma que não se percebe tão facilmente nos crentes atuais. Como é bom estudar Teologia! Mas como é melhor ainda desfrutar de íntima comunhão com Deus, pois sabemos que não conhecemos tudo ainda (1 Co 13.9-12), mas temos um Deus que é tudo de necessário para uma vida feliz de verdade! Percebeu o fator equilíbrio nesse comentário? Precisamos estudar a Palavra, mas precisamos também orar e jejuar, precisamos viver o sobrenatural do Evangelho, pois Jesus Cristo salva, cura, liberta, batiza com o Espírito Santo e faz muito mais do que pedimos, pensamos e esperamos (Ef 3.20). Estamos nos intelectualizando, mas também estamos perdendo o melhor que há no Evangelho, o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Rm 1.16). Terminando o raciocínio, estudar Teologia é bom, melhor ainda é falar em línguas estranhas, operar milagres e maravilhas, expulsar demônios e tudo mais que a Bíblia promete para hoje é melhor ainda, os dois se completam, conhecer e não viver essa verdade é hipocrisia, tentar viver sem conhecer leva-nos ao fanatismo, portanto, vivamos em equilíbrio! Mas porque será que é tão raro hoje vivermos esse evangelho de poder? Não será porque perdemos algo de bom que tínhamos no passado? Como diz minha amada avó: "Tem gente que quando não é oito é oitenta!". Proibíamos tudo, agora estamos liberando tudo. Antes crente não ia à praia, pois seria disciplinado, hoje tem “crente” que não tem vergonha de desfilar na praia quase que totalmente nu, qual a desculpa? “Todo mundo vai à praia desse jeito”, é, mas a Bíblia diz que devemos ser santos em toda a nossa maneira de viver (1 Pe 1.15), isso inclui a maneira como nos vestimos quando vamos à praia, não acha? Acho que alguém vai ler esse comentário e vai exclamar: “Que papo careta!”, é, eu sei, que pena (ou que ótimo?!) que a Bíblia é assim.

A onda agora é ser redondo e tem até pastor (pastor?!) distribuindo preservativos para os jovens com a desculpa de que “é melhor não fazer, mas se fizer, faça com segurança”. “Bons tempos” esses, em que há crentes que não sabem distinguir entre a hora de jogar futebol e a hora de ir ao templo para aprender mais de Deus, adorá-lo e ser usado por Ele através de seus dons! “Bons tempos” esses em que a dança, seja ela “espiritual” ou carnal mesmo, se tornou a hora mais importante do culto, com direito a assobio e tudo mais enquanto que a Palavra tem seus dez minutos com uma pequena pausa para uma piadinha descontraída que faz os crentes rirem, talvez da própria desgraça (Ap 3.17)! Não sou um moralista irmãos (é errado ser moralista?) estou apenas procurando ser o mais bíblico possível.

Bom, não estou aqui aqui para apontar erros, se o fizesse não acabaria nunca de escrever, quero apenas alertá-los de que o reino de Deus é coisa séria, somos, ou pelo menos deveríamos ser, o sal da terra e a luz do mundo (Mt 5.13-16) e não dá pra brincarmos de ser crentes! Deus quer levantar uma igreja influenciadora e não uma que é influenciada; Uma igreja que arrebenta as portas do inferno e não uma que escancara as suas portas para o mesmo (Mt 16.18). Precisamos ser menos golpel e mais crentes, crentes no sentido bíblico e não nesse sentido vulgar que se adotou de uns tempos para cá. Limites são imprescindíveis para a saúde espiritual de uma igreja, proibições são necessárias, desde que fique bem claro que o que salva não é a obediência a regras, mas sim a graça de Cristo que nos ensinou a carregarmos uma cruz e que deveríamos tomar sobre nós o seu jugo que é suave e seu fardo que é leve, mas que continuam sendo um jugo e um fardo, ou seja, uma vida limitada pela vontade do Senhor, pois somos os seus servos (Mt 10.38; 11.29,30) e uma vida de luta e muitas vezes de dor, pois os servos do senhor passam por asflições (Jo 16.33).

Irmãos, devemos voltar às nossas raízes, mas sem cometermos os erros do passado, não precisamos de revolução, precisamos de renovação, precisamos voltar à primeira caridade (Ap 2.4,19), sendo crentes equilibrados tenho certeza que Deus continuará operando poderosamente em nossa vida!

Na próxima postagem falarei sobre o equilíbrio no uso dos dons do Espírito.

Continua...

sábado, 11 de outubro de 2008

Equilíbrio, um fator decisivo para o serviço cristão (Parte 2)

O perigo do legalismo

"Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve." (Mt 11. 29,30)
Este extremo já foi mais defendido no passado, hoje, algumas igrejas ainda conseguem enxergar pecado onde não existe. Proibições a assistir TV e rádio eram comuns há algum tempo atrás e este tipo de extremismo ainda existe em alguns grupos, principalmente no meio pentecostal. Não se ouvia falar em crente ir praia ou ao cinema, teatro, etc. Sabemos que existem coisas erradas sendo mostradas pela TV que nós, servos do Senhor, devemos evitar, mas este é um assunto para o próximo tópico. Quero me fixar por enquanto no extremo do legalismo. O que se percebe neste grupo é um sentimento de zelo pela obra do Senhor só que de forma exagerada. Geralmente são pessoas sinceras que por não terem conhecimento mais profundo concernente à graça divina passam a lançar um fardo extra sobre os lombos uns dos outros enquanto está escrito que o jugo é suave e o fardo é leve quando se está tratando de Cristo (Mt 11.30). É como se o crente estivesse sempre a um passo de perder a salvação, sendo assim, alguns crentes passam a se sentir extremamente frustrados ao tentar cumprir com uma meta inatingível, a de sermos perfeitos ainda nesta vida. Em 1 Jo 2.1 João escreve inspirado por Deus algo confortador para estes irmãos: “MEUS filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo”. É óbvio que se passarmos a viver como antes, quando éramos filhos de belial, estaremos automaticamente fora do reino de Deus, pois quem é filho de Deus não vive pecando (1 Jo 3.6), por outro lado Jesus é nosso Advogado, ou seja, ele intercede por nós junto ao Pai (1 Tm 2.5). Ele nos justifica e santifica pelo Seu sangue, pois o seu sangue nos purifica de todo pecado (1 Jo 1.7).
O legalismo tenta nos fazer acreditar que temos de ser perfeitos e para isso mais proíbe que ensina, o Espírito Santo nos faz entender que não somos perfeitos enquanto estamos neste corpo corruptível e para isso nos ensina como devemos andar e intercede por nós com gemidos inexprimíveis (Rm 8.26). O Espírito nos capacita a andar segundo a sua vontade e não joga sobre nós um peso insuportável. Andemos pois com confiança no Senhor e não em nossas próprias obras e ele nos ajudará em tempo oportuno (Sl 125.1), ele tem cuidado de nós!
Na próxima postagem sobre o tema falarei sobre o perigo do liberalismo.

Clébio Lima de Freitas

sábado, 4 de outubro de 2008

Blog Chama Pentecostal recebe prêmio Buterfly Awards - For the Coolest Blog I Ever Know


Tenho grande alegria em comunicar que o Blog Chama Pentecostal foi indicado pelo blog GQL - Geração Que Lamba ao prêmio Butterfly Awards - Para o blog mais legal que eu já conheci.

Como o prêmio é comunitário, devemos indicar (no mínimo) outros 7 blogs vencedores. Eis aí os indicados pelo Chama Pentecostal:

Blog do Ciro,
Verba volant scripta manent,
Teologia & Graça,
Teologia Pentecostal,
Poder e Autoridade,
Escola Dominical Participativa,
Dicionário do Movimento Pentecostal

Esclareço que, apesar de ter escolhido estes sete blogs, isso não significa que os outros sejam por nós menosprezados. Só podemos é agradecer a Deus por mais uma benção.

As regras para aceitar esta premiação:
1)Colocar este logo no seu blog;
2)Adicionar o link do blog que lhe ofereceu o prêmio;
3)Indicar no mínimo 7 outros blogs;
4)Adicionar no seu blog os links destes outros blogs que acabou de premiar;
5)Comunicar os premiados.

Em Cristo

Clébio Lima de Freitas

Equilíbrio, um fator decisivo para o serviço cristão (Parte 1)

“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam.” (1 Co 10.23)


Se você é um crente compromissado com o céu, já deve ter percebido o quanto a igreja como instituição mudou, Em alguns aspectos para a melhor, em outros, infelizmente, para a pior. Hoje temos representantes na política, algo inconcebível poucos anos atrás. Temos também irmãos em Cristo se destacando nos esportes e na sociedade como um todo. Não somos mais um grupo de pessoas “ingênuas” e “ignorantes”. O Evangelicalismo brasileiro nunca experimentou tamanho desejo pelo estudo teológico. Temos visto jovens que normalmente perderiam grande parcela do seu tempo em busca de entretenimento com coisas que não convém, preocupados em aprender mais sobre a Palavra de Deus. Em contrapartida temos visto uma grande parcela dos obreiros sendo verdadeiros anões espirituais, pois não buscam mais as manifestações do Espírito e que não chegam nem perto de grandes homens do passado que consagravam sua vida e pagavam o preço pela obra de Deus, estudar Teologia hoje parece até que é mais importante do que estudar a matéria prima da Teologia, a Bíblia Sagrada. Os que ainda restam estão passando para o Senhor e os que ficam não estão se esforçando para seguirem seus exemplos. Em meio a esta regressão espiritual dou glórias a Deus porque apesar de tudo ainda existem profetas que nos alertam sobre os perigos de deixar de buscar a Deus em primeiro lugar (Mt 6.33). Os fatos que apresentei aqui mostram falta de equilíbrio na vida de muitos cristãos e por isso levantarei alguns pontos importantes sobre este importante assunto.
A bíblia nos ensina a sermos equilibrados.
Entre os escritos antigos, creio que não exista outro que mais preze pelo equilíbrio do que a Bíblia Sagrada. Como disse O Senhor a Josué: “... Não te desvies nem para a direita, nem para a esquerda...” (1 Js 1.7) e como afirma nosso amado irmão e profundo ensinador Antônio Gilberto: “O legalismo e o liberalismo levam o homem para o abismo”. A Bíblia não no ensina a sermos pessoas alienadas e sem entendimento, ela nos ensina a buscarmos o reino de Deus e nos promete que todas as outras coisas nos serão acrescentadas. Busque conhecer as histórias de homens de Deus como Charles Finney, John Wesley, D. L. Moody entre outros e verá que eram homens sábios não apenas acerca do reino de Deus, oravam a Deus por horas a fio mas não desprezavam o estudo secular, eram influentes no reino de Deus e na sociedade em sua volta e assim devemos ser. Que possamos dar lugar ao estudo como Paulo que disse a Timóteo: “Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, e os livros, principalmente os pergaminhos.”(2 Tm 4.13) e como os jovens hebreus Ananais, Misael, Azarias e Daniel que eram instruídos em toda ciência (Dn 1.4-6).
Nas próximas postagens quero aprofundar-me neste assunto e falarei um pouco sobre legalismo e liberalismo, dois extremos que devemos evitar.
Clébio Lima de Freitas

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Filipe e as missões em Samaria:

“E, descendo Filipe à cidade de Samaria lhes pregava a Cristo.” (At 8.5)

Introdução:


Queridos leitores, o texto a seguir nasceu da necessidade de se comparar as missões atuais com as missões realizadas pela igreja primitiva. O exemplo de Filipe ilustra o que é, como fazer e por que fazer missões. Em um mundo tão turbado pelo pecado onde até o Evangelho tem sido banalizado, irreverenciado e desprovido da seriedade que lhe devem ser empregados, não nos faltam motivos para falarmos sobre missões de uma perspectiva pentecostal e acima de tudo neo-testamentária, coisas que seriam impossíveis de desvincular-se, pois não há missões sem pentecostes nem pentecostes sem missões e isso é muito bem explicado quando o próprio Cristo nos disse: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra.” (At 1.8). Você, meu irmão pentecostal, sente prazer em fazer missões, falar de Cristo para seus colegas de trabalho, faculdade, colégio ou para seus vizinhos? Saiba que o Espírito Santo tem se movido na vida de cada crente nestes últimos dias levando-nos a compreender que Cristo está às portas, não resista ao Espírito, anuncie as Boas Novas. “E o Espírito e a esposa dizem: Vem.” (Ap 22.17a).

Mas, por que Filipe?

Por que ele é o exemplo de que não precisamos ser grandes para sermos missionários, não precisamos de renome ou de grande erudição para anunciarmos a Cristo, precisamos apenas sermos cheios do Espírito. Filipe era apenas um diácono (At 6.5) e estava fazendo o papel de evangelista. Isso não é comum em nossos dias? Temos visto homens consagrados ao ministério evangelístico acomodados enquanto que os pequeninos saem às ruas para anunciar o Evangelho, mesmo sem grande preparação. Vejo pastores que não conduzem o rebanho, mas apenas delegam funções e dirigem cultos enquanto vemos uma igreja destroçada e precisando desesperadamente de homens consagrados para conduzir o rebanho do Senhor! Quero mostrar-lhes algumas características da pregação de Filipe que são inerentes à pregação da Palavra movida pelo Espírito e que servem de padrão para analisarmos como estamos diante da presença do Senhor.

1 – Filipe pregava a Palavra mesmo em meio à angustia gerada pela perseguição (At 8.1-5):

Já pensou se fôssemos movidos a anunciar o Evangelho mesmo com a dor do luto em nossos corações? É comum darmos desculpas para não fazermos a obra do Senhor, desculpas do tipo: “Não tenho tempo, preciso estudar”, “Não posso, estou muito ocupado com o trabalho”, “Estou cansado, quando estiver mais disposto irei evangelizar”, “Só eu vou, ninguém quer me ajudar”, etc... Acho que precisamos relembrar que sempre deve haver tempo em nossa vida para Deus e para a sua obra, pois o inferno está à espera dos perdidos que morrem todos os dias sem a salvação que há em Cristo. Acho que esquecemos que nosso descanso não é aqui (Mq 2.10) e que seremos julgados por nossas obras de justiça que houvermos feito para o reino de Deus (1 Co 3.11-15) para que possamos receber nosso galardão. Esquecemos também o que Cristo falou: “... eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.” (Mt 28.20b). O diácono Estevão acabara de morrer e os crentes haviam sido dispersos pela perseguição, mas levaram consigo a chama do Evangelho com a qual incendiaram todo o mundo conhecido da época! Talvez se olhássemos para esse grande exemplo não daríamos desculpas tão “esfarrapadas” para Deus.

2 – Filipe anunciava a Cristo (At 8.5):

Hoje em dia é comum ouvirmos algum desses pregadores da prosperidade nos indagarem: “se não pregarmos prosperidade vamos pregar o quê?”. Respondo esta pergunta com o exemplo de Filipe, pois ele pregava, não a prosperidade, as riquezas ou o fim do sofrimento ainda nesta terra, mas sim a Cristo. Lembro-me com estas palavras daquilo que Paulo escreveu aos coríntios: “Mas nós pregamos a Cristo crucificado” (1 Co 1.23a). Nossa pregação não deve ser baseada nas necessidades do homem, mas na vontade de Deus (2 Co 2.17). Este evangelho antropocêntrico tão combatido pelos verdadeiros homens de Deus têm sido propagado nas TVs e rádios no Brasil e no mundo, fazendo com que o mundo tenha uma idéia totalmente distorcida da realidade. Não é difícil encontrar alguém que nos chame de ingênuos e massa de manobra, pois é esta a imagem que certas igrejas passam de nós nos meios de comunicação, ou você acha que alguém que põe a sua fé no “banho do descarrego” e na “rosa ungida” pode ser considerada uma pessoa inteligente? Se ao menos a Bíblia desse apoio para tudo isso, tudo bem, mas além de a Bíblia não confirmar tais práticas ainda as combate energicamente (2 Tm 4.1-6). Há quem em suas pregações repete as palavras de Gandhi, Platão, Madre Teresa de Calcutá, Sócrates, Aristóteles e outros grandes personagens da humanidade, que todos esses homens e mulheres foram grandes exemplos não nos resta dúvida, mas até os grandes filósofos e religiosos se não atentarem para essa tão grande salvação oferecida por Jesus não alcançarão a vida eterna (Jo 3.18; Hb 2.3). Voltemos a cantar um dos clássicos da Harpa Cristã que diz: “Foi na cruz, foi na cruz onde um dia eu vi meu pecado castigado em Jesus, foi ali pela fé que os olhos abri e agora me alegro em sua luz” (Harpa Cristã, hino de número 15). Cristo ainda é o centro da mensagem da salvação, pois foi ele quem morreu e ressuscitou, dando-nos certeza que suas palavras são verdadeiras, ele é o nosso Eterno Redentor (Jo 3.16)!

3 – Filipe fazia sinais que chamavam a atenção dos ouvintes (At 8.6-13):

Este é o grande diferencial entre um pregador formalista e um que vive a plenitude do Espírito. Os sinais seguem aqueles que anunciam o Evangelho (Mc 16.17,18). Essa verdade tem sido negligenciada pela igreja através dos séculos talvez porque para sermos tão tremendamente usados por Deus precisamos ter também uma vida tremendamente separada para seu serviço. Como diz o hino 244 da Harpa Cristã: “Santidade convém à Igreja, Prá gozarmos celeste amor”. Como o Espírito nos usará para fazermos milagres se entregarmos nossos membros para o pecado? De forma alguma irmãos, o Espírito de Deus é Santo! Como expulsaremos demônios se nos fizermos seus servos? Certamente eles não se sujeitariam a nós, pois deste modo o nome de Jesus seria apenas mais um nome em nossa vida não surtindo efeito algum. Os mais antigos na fé lembram-se de que em nossos cultos, se alguém oprimido entrasse pelas portas da igreja não demorava muito para que o demônio se manifestasse não suportando o poder de Deus que era derramado no templo através da oração. Não digo que o poder de Deus se extinguiu, pois sempre existirá um povo pentecostal, consagrado, que ora e que busca ter mais comunhão com o Senhor.

Conclusão:

Certa vez ouvi o Pr. Antônio Gilberto dizer em um seminário sobre Escatologia Bíblica: “Quando o fogo não pega, o culpado não é o fogo, mas a lenha que não presta”, e aproveito para perguntar: sua lenha é de boa qualidade meu irmão? Neste caso, fogo descerá do céu e o nome do Senhor será glorificado assim como foi depois que Filipe anunciou o Evangelho em Samaria. Continuemos a propagar o Evangelho simples pregado pelos missionários Daniel Berg e Gunnar Vingren que afirmavam com toda convicção: “Jesus salva, cura, liberta, batiza no Espírito Santo e brevemente virá para buscar sua Igreja”. Este é o Evangelho santo, sem tirar nem pôr, anunciemos a Palavra como ela é e os sinais certamente nos seguirão como prometeu nosso amado Salvador Jesus Cristo!

Bibliografia:

[1] Silva, José Apolônio da. Grandes Perguntas Pentecostais, CPAD.
[2] Stamps, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD.

Clébio Lima de Freitas

sábado, 5 de julho de 2008

O Fator Livre-arbítrio em Relação à Salvação do Homem (Parte 1)


Motivei-me a desenvolver este artigo, principalmente, por perceber que existe muito radicalismo por parte de uns e um pensamento distorcido acerca do amor divino por parte de outros em relação a esse tema polêmico tratado pela soteriologia, uns se denominam arminianos, outros calvinistas e parece até que posso ver diante de meus olhos algo muito parecido acontecer na igreja de Corinto (1 Co 3.1ss). É comum ouvirmos alguém dizer: “Calvino estava com a razão”, no mesmo instante um defensor inveterado de Armínio responde: “Que nada! Armínio é que estava certo!”. Será que a Bíblia já perdeu a sua suprema autoridade sobre nós? Afinal, quem está certo é Calvino, Armínio ou a Bíblia Sagrada?!

Antes de mostrar o que a Bíblia diz, quero mostrar os cinco pontos principais do calvinismo e do arminianismo e quero informar que apesar de me mostrar mais voltado ao pensamento arminiano, não me considero um defensor desse pensamento, pois encontro falhas nele, assim como encontro no calvinismo. Como já dei a entender, a Bíblia Sagrada é minha única fonte de verdade infalível e inerrante para o desenvolvimento desse artigo.

Calvinismo:

1 - Depravação Total: O estado de morte espiritual do homem o impossibilita de escolher a salvação;
2 - Eleição Incondicional: Deus elegeu para si alguns dentre todos os homens sem levar em conta seus méritos, boas obras ou fé;
3 - Expiação Limitada: O sacrifício de Jesus serviu para salvar apenas os eleitos;
4 - Graça Irresistível: A vontade do homem não influi na sua salvação, todos os que Deus eleger serão convencidos pelo Espírito Santo a aceitar a fé salvadora;
5 - Perseverança dos Santos: Uma vez salvo, salvo para sempre, portanto, não é possível alguém ser realmente salvo e perder a salvação.

Arminianismo:

1 - Livre Arbítrio: Embora o homem seja pecador, ele tem a capacidade de escolher a salvação oferecida por Deus;
2 - Eleição Condicional: Deus elegeu os homens através de sua pré-ciência, ou seja, ele sabe quais os homens quem corresponderão ao seu chamado;
3 - Expiação Ilimitada: Cristo morreu por todos os homens e não somente por alguns eleitos;
4 - Graça Resistível: Os homens podem resistir à graça de Divina escolhendo o pecado e não a salvação;
5 – Decair da Graça: Qualquer salvo pode, no decorrer de sua vida, perder a sua salvação se não perseverar até o fim.

Não tenho a intenção de tratar de cada ponto das duas correntes, quero me focar no que a Bíblia Sagrada diz a respeito do livre-arbítrio do homem, afinal, era assim que se fazia em Beréia (At 17.11). Vale salientar também que a posição de qualquer que seja o pregador ou a igreja, por mais sério ou séria que possa ser, não pesa mais do que a Palavra de Deus nessa balança (Ef 2.20).

O homem tem a capacidade de escolher entre o bem e o mal?

De acordo com a minha Bíblia, sim. Seria difícil de acreditar que Deus sendo justo, condenaria alguém à perdição eterna por ter feito algo que não poderia evitar, por um caminho que não escolhera por si só (Gn 18.25; Dt 32.4; 1 Jo 3.7). Você lembra-se do que Deus falou ao povo de Israel por intermédio de Moisés pouco antes do mesmo morrer? Deus fez uma lista de bênçãos que o povo de Israel receberia se fosse fiel a ele e uma lista de maldições que os mesmos receberiam se lhe desobedecessem, e no final da profecia ele diz: “Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe pois a vida, para que vivas, tu e a tua descendência, Amando ao SENHOR teu Deus, dando ouvidos à sua voz, e achegando-te a ele; pois ele é a tua vida, e o prolongamento dos teus dias; para que fiques na terra que o SENHOR jurou a teus pais, a Abraão, a Isaque, e a Jacó, que lhes havia de dar.” (Dt 30.19,20 - Grifo meu). Ora, Deus fala a Israel que eles deveriam escolher se queriam o Senhor ou os ídolos, a vida ou a morte, e depois lhes diz que deveriam “dar ouvidos à sua voz e achegar-se a ele” e ainda vem alguém se apoderando de versículos fora de contexto para tentar provar que o homem não tem capacidade de escolha em se tratando da salvação! Porém não posse deixar de falar que o Espírito Santo tem um papel fundamental e indispensável nessa decisão do homem, a Bíblia diz: “E, quando ele [O Consolador] vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo.” (Jo 16.8), e diz mais: “Portanto, vos quero fazer compreender que ninguém que fala pelo Espírito de Deus diz: Jesus é anátema, e ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo.” (1 Co 12.3). Acredito que estes versículos postos em contraste com Dt 30.19 dão um nó na cabeça de alguns, mas não há contradição, o que nós percebemos ao lê-los é que Deus capacita-nos a crer nele ao falar conosco por intermédio de sua Palavra (Rm 10.17), mas nós ainda assim, participamos com nosso desejo de salvação, com nossa entrega, com nossa renúncia, com nosso compromisso com ele. É Deus quem toma a iniciativa, afinal, ninguém pode chegar-se a Deus por seus próprios esforços, Deus se revelou ao mundo por seu Filho Jesus Cristo, ele estendeu a sua mão, mas nós não somos obrigados a segurá-la para sairmos da lama chamada pecado, pelo contrário, somos chamados por ele, mas nem todos ouvem sua voz: “Portanto, como diz o Espírito Santo: Se ouvirdes hoje a sua voz, Não endureçais os vossos corações, Como na provocação, no dia da tentação no deserto.” (Hb 7,8 - Grifo meu).

Um episódio interessante das Escrituras foi a repreensão que Jesus deu aos escribas e fariseus: “Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que fechais aos homens o reino dos céus; e nem vós entrais nem deixais entrar aos que estão entrando.” (Mt 23.13 - Grifo meu). Agora reflita, se o reino dos céus pode ser fechado por alguém que o anuncia erroneamente de forma que os que são enganados são impedidos de entrar nele, então como pode haver eleição individual para salvação? Desse modo, nada poderia impedir um eleito de ser salvo, nem mesmo um fariseu ensinando meios humanamente impraticáveis de se chegar a Deus! Porém Jesus fala de forma clara que os fariseus estavam impedindo que muitos entrassem no reino dos céus. Isso mostra que para sermos salvos precisamos ser alcançados por Deus ao ouvir o verdadeiro e puro Evangelho. Essa passagem demonstra claramente um desejo, por parte dos prosélitos, de servir ao Deus verdadeiro, mas ainda não o haviam encontrado (ler Rm 10.14-18).

Outro texto interessante sobre o assunto em questão é este: “Se bem fizeres, não é certo que serás aceito? E se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar.” (Gn 4.7). Veja só, o Senhor, depois de o homem ter caído, diz a Caim que ele deveria dominar os seus desejos fazendo uma escolha entre o bem e o mal, por que ele diria isso a Caim se o mesmo não tivesse a capacidade de escolher entre o bem e o mal? Essa é a resposta que nenhum dos que defendem essa idéia jamais me respondeu, nem o podem fazer. Agora veja o que o próprio Deus fala de Israel quando o mesmo vivia em apostasia: “O que imola um boi é como o que comete homicídio; o que sacrifica um cordeiro, como o que quebra o pescoço a um cão; o que oferece uma oblação, como o que oferece sangue de porco; o que queima incenso, como o que bendiz a um ídolo. Como estes escolheram os seus próprios caminhos, e a sua alma se deleita nas suas abominações, assim eu lhes escolherei o infortúnio e farei vir sobre eles o que eles temem; porque clamei, e ninguém respondeu, falei, e não escutaram; mas fizeram o que era mau perante mim e escolheram aquilo em que eu não tinha prazer.” (Is 66.3,4 - Grifo meu). Diante deste texto há o que argumentar? Se o próprio Deus disse que o homem peca porque escolheu o pecado, então eu prefiro crer assim.

Jesus deixou uma ordem clara à sua Igreja: “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.” (Mc 16.15) e um convite a todos que ouvem sua Palavra: “E o Espírito e a esposa dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. E quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida.” (Ap 22.17 - Grifo meu).
Continua...
Na próxima parte dessa série de artigos eu tratarei a fundo, e humildemente, da Doutrina da Eleição.

Bibliografia:

[1]Ciro Sanches Zibordi. Calvinismo ou Arminianismo? (4). Disponível em:
http://cirozibordi.blogspot.com/2007/05/uma-vez-salvo-salvo-para-sempre-parte_24.html. Acesso em 30 de Junho de 2008.
[2]Jorge Pinheiro. A Doutrina da Eleição. Disponível em:
Acesso em 1 de Julho de 2008.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

No céu, os salvos se reconhecerão e se lembrarão da vida terrena?

Este artigo foi escrito por meu amigo e irmão em Cristo Lucas Bezerra Leal, ele surgiu de um questionamento feito em uma aula de teologia que nós assistíamos, veio então o desafio de responder à algumas perguntas intrigantes que se seguem com suas respectivas respostas.

Estamos diante de um assunto que desperta muito a nossa curiosidade por se tratar de coisas que dizem respeito ao futuro dos salvos na eternidade. Esses dois questionamentos são muito comuns na mente daqueles que receberam a salvação oferecida por Jesus. Apesar das Escrituras Sagradas não revelarem muito sobre a vida no além, e no Céu especificamente, ela nos traz algumas informações suficientes para desfazer muitas imaginações e até heresias espalhadas por aí.

Haverá reconhecimento entre as pessoas?
A Bíblia responde essa questão através de exemplos bem claros dados pelo Senhor Jesus Cristo, que mostram que iremos nos reconhecer sim no porvir. Vejamos:

- Em Lucas 16: 19 - 31, Jesus contou a história do rico e Lázaro, que parece ser um fato e não uma parábola. Após a morte, ambos tiveram destinos diferentes. O primeiro, por ser avarento, foi para o tormento no Hades e Lázaro, como era piedoso e temente a Deus foi para o paraíso no Seio de Abraão. O rico "levantou os olhos" e conseguiu reconhecer não só a Lázaro, mas também a Abraão; - Em um determinado momento do ministério de Jesus, ele levou Pedro, Tiago e João a um monte e se transfigurou em glória diante deles e "apareceram Moisés e Elias conversando com Ele". Então Pedro empolgado com a experiência sugeriu: "se queres, levantarei aqui três tendas: uma será tua, outra para Moisés e outra para Elias. Aqui vemos claramente que os discípulos não tiveram dificuldade em reconhecer esses grandes homens de Deus que já tinham partido para a eternidade há muito tempo. Isso está registrado em Mateus 17: 1 – 13;

- Ainda em Mateus 8: 11 o Senhor Jesus afirma: "mas eu vos digo que muitos virão do oriente e do ocidente e assentar-se-ão à mesa com Abraão, Isaque e Jacó, no reino dos céus". Isso só será possível se tivermos a capacidade de identificá-los e temos certeza que Jesus não estava enganado. Indo mais fundo na questão em apreço, encontramos duas teses que tentam explicar o reconhecimento e identificação entre os salvos nos céus. A primeira diz que serão preservados os traços de personalidade das pessoas e não os traços físicos. Para sustentar essa tese usa-se o relato da transfiguração de Jesus. Ora, se Moisés e Elias viveram centenas de anos antes de Pedro e dos outros discípulos, como eles puderam identificá-los? Isso aponta para o reconhecimento do caráter de ambos, tão conhecidos pelo povo israelense – já que foram grandes heróis da nação. A outra corrente de pensamento ensina que as características fisionômicas serão mantidas. Para dar solidez a esse pensamento, utiliza-se o caso do rico e Lázaro. O texto sagrado diz que o rico reconheceu a Lázaro, dando entender que Lázaro preservava sua feição. Argumenta-se ainda que na transfiguração de Jesus e depois da sua ressurreição, mesmo ele estando glorificado, foi reconhecido pelos discípulos. As duas teses parecem ter coerência. Para justificar a primeira podemos usar os seguintes argumentos: se o céu é um lugar de perfeição, como ficará as pessoas que têm algum defeito físico? Haverá então disparidade de cor de pele? E as diferenças de feição serão enormes, pois uns são altos, outros são baixos, uns morrem ainda criança, outros na velhice, etc. E ainda, se a identificação for por meio de traços físicos, haverá confusão, pois existe pessoas muito parecidas com as outras. Então, a personalidade de cada um, que não se assemelha com ninguém e que é única é deverá prevalecer e todos "serão como anjos de deus no céu".

Por outro lado, entendemos pela Palavra de Deus que a fisionomia humana foi deformada por causa do pecado. Então, no céu ela poderá voltar ao seu estado original de perfeição e ser mantida. Podemos levar em consideração ainda que todos os salvos estão em busca da perfeição de caráter. Mas como isso não será possível aqui, ele só conseguirá quando chegar ao céu. Assim, as personalidades de todos serão perfeitas e conseqüentemente iguais. Então o diferencial dos salvos será o corpo, que já estará pleno. Surge uma outra indagação que corrobora o pensamento, se o corpo não fosse tão importante e um diferencial no céu, por que então Cristo ressuscitá-lo de forma incorruptível? Analisando por esse ângulo, a segunda interpretação pesa mais.

Haverá memória da vida terrena?

Ao percorrermos os ensinamentos da Palavra de Deus podemos entender que a memória das coisas que aconteceram nessa dimensão é indispensável para a continuidade da existência do homem no porvir. Porém, nesse aspecto da vida na eternidade existem algumas interpretações baseadas inclusive em textos bíblicos, que por não serem analisados de forma mais aprofundada e pelos originais, acabam se tornando heresias. Vejamos primeiro alguns textos que são interpretados erroneamente e que aparentemente contradizem a postura mencionada acima. Depois partiremos para textos sagrados que enfatizam mais diretamente o assunto e raciocínios que esclarecem melhor essa realidade. Eclesiastes 9:5, dá entender e alguns até concluem isso, que após a morte não há lembrança de nada e todos ficam em profunda inconsciência. Vejamos a afirmação de Salomão: “Porque os vivos sabem que hão morrer, mas os mortos não sabem de coisa nenhuma, nem tão pouco terão recompensa, mas a sua memória fica entregue ao esquecimento”. Para assimilar essa passagem é necessário analisá-la minuciosamente e ver o seu contexto.

Os apologistas Normam Geisler e Thomas Howe fazem uma excelente explanação acerca deste texto. Senão, vejamos: “Aparentemente Salomão parece estar dizendo que os mortos não tem mais noção de nada. O salmista disse: “Pois na morte não há recordação...”, As passagens que dizem que não há conhecimento ou lembrança após a morte estão falando de não haver memória neste mundo, e não de que não há memória deste mundo. Salomão esclareceu seu comentário dizendo: “porque na sepultura, para onde tú vais, não há... conhecimento” (Ec. 9:10, SBTB), deixando claro que é na sepultura que não há lembrança de nada. Ele afirmou também que os mortos não sabem o que se passa “debaixo do sol”. Em resumo, estes textos referem-se simplesmente ao homem nesta vida presente – eles nada dizem respeito a vida futura, após esta que vivemos” (Manual Popular de Dúvida, Enigmas e Contradições da Bíblia). Se pararmos pra pensar, veremos que será necessário que a memória do salvo permaneça no céu. Pra começar, ele precisa saber porque foi salvo, porque chegou lá. Depois ele será julgado e como disse Russel Shedd: “Já que haverá julgamento, teremos lembrança da vida na terra”. Isso é solidificado em 2Co 5:10 “Pois é necessário que todos nós sejamos manifestos perante o Tribunal de Cristo, para que cada um ganhe de acordo tiver feito por meio do corpo, seja bem, seja mal”. Observe que Paulo está dizendo que os salvos serão julgados de acordo com as obras que tiver feito por meio do corpo, aqui na terra. Para que isso aconteça é preciso que o indivíduo se lembre do que ele fez. Se assim não for, o salvo não saberia porque estava ganhando ou deixando de ganhar galardões. Seria como um demente ser condenado a trinta anos de prisão ou receber uma indenização por algum dano sofrido; isso não significaria nada para ele, como exemplificou um certo Pastor.
Em outras passagens, a Bíblia mostra de maneira mais nítida esse ponto. Em Mateus 17:3 entendemos que as almas estão conversando. Já em Apocalipse 6:9-10 encontramos o texto mais esclarecedor dessa discussão, quando diz: “Quando rompeu o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que tinham sido mortos por causa da Palavra de Deus e do testemunho que sustentavam. Elas clamavam em alta voz: Até quando, ó Soberano, Santo e Verdadeiro, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?” Observamos aqui que os salvos estão em atividade e conscientes no céu, a ponto de pedirem vingança ao Senhor pelas mortes cruéis que tiveram.

Conservar a memória no céu é uma questão de identidade. Já pensou como seria o céu, se os seus habitantes – os salvos, não soubessem quem são, a sua história, e nem de onde vieram! Pareceria mais um lugar de desmemoriados, débeis mentais e “zumbis”. O Senhor, de maneira nenhuma, irá desprezar a nossa história terrena, a lembrança do nosso esforço para chegarmos lá, provocando um “apagão” na nossa memória. Dessa forma não valorizaríamos a conquista. Pelo contrário, Ele irá é nos recompensar pela renúncia e dedicação em prol do seu reino e da salvação (Lc 6:22-23).

Mediante essa verdade, surgem outros questionamentos: mas essa memória não nos fará sofrer? Como ficará alguém que sabe que seu ente querido não se salvou? E ainda, qual será a sensação de um salvo ao rever alguém que lhe fez um grande mal (por exemplo, matou alguém da família) e por se arrepender e aceitar a Jesus se salvou?

Para entendermos esse outro ângulo da questão, é necessário atentar para a perfeição da dimensão celeste. Lá na glória, a paz, a felicidade e o gozo envolverá o salvo de forma tão intensa e maravilhosa que ele não de afligirá com o que ficou para trás. Este processo que acontecerá é semelhante, porém muito superior e abrangente, ao que sucede ao homem quando experimenta o novo Nascimento. Ele esquece ”as coisas que para trás ficam” e prossegue “para as que estão adiante” (Fp 3:13). Ou seja, ele sabe quem foi, o que fez; mas como sabe que tudo aquilo foi perdoado por Deus e que não mais contribuirá para a conquista de sua salvação, ele, com ajuda do Espírito Santo, se liberta desse passado e põe sua visão no presente e no futuro. “No céu não haverá qualquer privação, sofrimento ou tristeza” (Bíblia de Estudo Pentecostal), isso porque “Deus enxugará toda lágrima” (Ap 7:17).
Conclusão:
O ser humano é a obra–prima das mãos de Deus. Ele o valorizou tanto, que quando o fez, colocou espírito e alma como parte imaterial na parte material – o corpo. E estes três elementos viverão na eternidade. O espírito e alma entram na esfera eterna após a morte física e o corpo depois da ressurreição. Assim, não faria sentido o Senhor desconsiderar a nossa memória e capacidade de reconhecer as pessoas, fazendo-nos esquecê-las, se a eternidade no céu depende da forma que vivemos aqui.

Escrito por Lucas Bezerra Leal

Estudante de Turismo e Teologia

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Mornidão Espiritual – Um mal na Igreja hodierna

Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca. (Ap 3:16)
1 - Introdução:

Estamos aqui diante de um versículo que nos faz refletir sobre o que nós somos e o que nós queremos e devemos ser. Observando o contexto veremos que a igreja dos tempos apostólicos não estava livre da tão famosa mornidão espiritual, que diremos nós que vivemos tempos tão trabalhosos (2 Tm 3.1). A mornidão espiritual é uma das mazelas que corrompem a Igreja hodierna, mas do que se trata essa “doença” que faz com que Deus nos vomite de sua boca?

2 - Que “doença” é essa?

Essa carta, escrita pelo Apóstolo João, foi endereçada à igreja de Laodicéia, uma igreja que se situava numa região próspera e, portanto, seus membros gozavam de uma vida abastada. O nome “Laodicéia“ vem do grego e significa democracia, ou seja, o poder do povo. Já era de se esperar que os crentes laodicenses tivessem uma mentalidade de auto-suficiência e que impunham isso até mesmo ao governo de Deus na igreja, para eles estava tudo bem, achavam que já não precisavam de nada (Ap 3.17a), porém estavam enganados, haja vista a resposta de Deus a essa atitude antropocêntrica e materialista: "e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu;" (Ap 3.17b). A Bíblia fala de prosperidade com muito equilíbrio, não existe nela a chamada “Teologia da Prosperidade”, que afirma que todo crente deve ser rico e que a pobreza é uma maldição, entre outras inverdades, mas também não revela a tão defendida “Teologia da Miséria” que afirma, segundo seus adeptos e de forma errônea, que a miséria é uma dádiva de Deus. O que a Bíblia afirma é que o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males (1 Tm 6.10a), portanto, não devemos colocar o nosso coração nas riquezas, mas sim naquele que pode nos dar, segundo a sua vontade, tudo o que nos é necessário (Sl 23; Mt 6.19ss). A igreja de Laodicéia estava enfrentando este mesmo problema, estava com seu coração nas coisas corruptíveis e não nas que são eternas (Cl 3.2,3; 2 Co 4.8). Uma igreja focada em Cristo busca em primeiro lugar pregar a Palavra de Deus acompanhada das manifestações do Espírito Santo em forma de dons espirituais para que a igreja seja edificada e os descrentes convertidos. A igreja que despreza esses valores com certeza se desviará da sã doutrina e Jesus já não será o seu Senhor. Que contradição nós vemos quando, ao passarmos por certos templos “evangélicos”, lemos a frase: “Jesus Cristo é o Senhor!”, e tristemente lamentamos por observarmos que essas igrejas estão caindo no mesmo erro da igreja de Laodicéia. A mornidão espiritual na igreja de Laodicéia se manifestava no fato de que ela estava dividida entre Cristo e as riquezas, entre a vontade de Deus e a vontade do homem. A Bíblia revela que não podemos servir a dois senhores (Mt 6.24), um coração dividido nunca agradará ao Senhor, precisamos ter certeza do que queremos, pois o verdadeiro evangelho consiste, entre outras coisas, na renúncia do mundo com suas paixões e concupiscências (1 Jo 2.15), amar ao mundo é o mesmo que ser inimigo do Deus da Bíblia (Tg 4.4), por isso Jesus já se encontrava do lado de fora da igreja de Laodicéia (Ap 3.20).

3 - A solução:
Bom, apresentamos a doença, agora apresentaremos a cura. Prosseguindo no texto vemos que Deus revela três coisas que a igreja de Laodicéia deveria fazer para ser curada da mornidão espiritual:

3.1 – Fé genuína:

“Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças;...” (Ap 3.18a).

O ouro, nesta passagem bíblica, representa a fé (1 Pe 1.7), neste referido versículo Pedro nos mostra que a prova da nossa fé é mais valiosa que o ouro que perece e é provado pelo fogo. Os crentes de Laodicéia com certeza precisavam passar pela prova para que crescessem espiritualmente. Uma análise da história da Igreja nos mostra que sempre que ela foi perseguida foi fervorosa, por quê? Porque na hora da provação nós corremos para os braços do Senhor e finalmente confessamos que não somos nada sem ele, veja, não era disso que a igreja de Laodicéia precisava (Ap 3.17)? A oração é fundamental para que sejamos uma igreja avivada, afinal, como receberemos se não batermos na porta, pedirmos ao Senhor e o buscarmos com diligência (Mt 7.7-11)? Se formos fiéis a Deus na hora da provação, receberemos dele a unção necessária para sermos suas testemunhas. Um exemplo disso foi o derramamento do Espírito nos dias da igreja primitiva no qual em meio à perseguição de todos os que se intitulavam seguidores de Jesus, os apóstolos não cessavam de anunciar a ressurreição do Mestre amado. Um complemento sobre essa reflexão é o versículo 19 de Apocalipse cap. 3: “Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te.”, a repreensão do Senhor é uma dádiva, pois, com isso, nos mostra ele que nos ama e que está preocupado com nossa situação espiritual. Concluindo este ponto, somente a fé salvívica nos faz capazes de suportar os ardis do adversário por amor a Cristo (Fp 4.13; Rm 8.31-39).

3.2 – Santificação:

“... e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez;...” (Ap 3.18b).

Roupas brancas são um sinal de pureza espiritual, santidade (Zc 3.4,5; Mt 28.3; Ap 7.13), um crente que se embaraça com o pecado perderá a brancura de suas vestes (Is 1.18). O Senhor Jesus aconselha, então, os crentes mornos a buscarem dele a santidade sem a qual ninguém o verá (Hb 12.4), o pecado nos afasta de Deus e, logicamente, nos fará perder o vigor espiritual (Is 59.2). A santificação é uma busca incessante de todo crente que tem compromisso com Deus, sem ela não teremos comunhão com o Senhor. Todo e qualquer suposto “avivamento” que não cause transformação de vidas, conversão genuína e manifestações dos dons do Espírito Santo não passa de um mero movimento do homem (At 2). Devemos também estar cientes de que a santificação do crente só será verdadeira se atingi-lo em sua totalidade, ou seja, eu não posso ser santo por fora e imundo por dentro, isso não adiantaria, porém, não posso ser santo por dentro e sujo por fora, isso seria uma contradição. O verdadeiro cristão procura a cada dia ser santo em toda a sua maneira de viver (1 Pe 1.15).
3.3 - Direção do Espírito Santo:

“... e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas.” (Ap 3.18c).

O colírio, aqui, representa a influência do Espírito Santo na vida do crente, a unção na Bíblia é um sinal de separação para o serviço do Senhor (Lv 8.10; 1 Sm 16.13; Is 61.1-3), portanto devemos desviar nosso olhar de tudo aquilo que não agrada a Deus (Sl 101.3a) além de atentarmos mais para as coisas espirituais (1 Co 1.12-14; Cl 3.2), e isso só será possível se o Espírito Santo for nosso ajudador (Jo 14.26). Muitas vezes as igrejas fracassam porque não atentam para a influência maligna (Ef 6.10-18), muitos ministros acham que podem combater o bom combate apenas com a sabedoria humana e desprezam os dons espirituais tão importantes para o serviço na casa do Senhor (1 Co 14.1), talvez nunca leram este versículo maravilhoso escrito por Paulo: “A minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder;” (1 Co 2.4). Alguns ainda acham que o Espírito Santo é sujeito ao profeta, fazendo uma eisegese de 1 Co 14.32: “E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas.”, ora, neste versículo não está escrito que o Espírito de Deus está sujeito ao profeta, mas sim o espírito do profeta, afinal, o Espírito Santo é Deus e Deus a ninguém se sujeita, o profeta, sim, é que deve ser sujeito ao Espírito Santo. Este versículo nos mostra que nem tudo que sentimos vem de Deus e, portanto, devemos nos controlar ao sentirmos certas emoções, mas repito que aquilo que o Espírito nos manda fazer, devemos fazer, porque ele é Deus. Um culto onde o Espírito Santo não tem liberdade para operar não pode ser do agrado de Deus e isso, com certeza, é uma das grandes causas da mornidão espiritual nos nossos dias.
4 - Conclusão:

Jesus é o mesmo ontem, hoje e será eternamente (Hb 13.8), portanto, não devemos nos deter às condições em que a igreja atual se encontra, em meio à apostasia ele ainda levanta e continuará levantando seus remanescentes, seus rabiscos. A mornidão espiritual é uma realidade nas denominações evangélicas, sejam elas pentecostais ou não, porém, devemos seguir o exemplo dos crentes de outrora, analisando o passado à luz da Bíblia Sagrada, poderemos detectar o que está errado nos nossos dias e então deveremos nós corrigir esses erros. Centrados na Palavra, com certeza, encontraremos o verdadeiro fervor espiritual que necessitamos para suportar os ataques do inimigo contra a Igreja de Cristo, um avivamento sempre virá nas vidas daqueles que crêem em Jesus (At 2.39)!

Por Clébio Lima de Freitas.

sábado, 7 de junho de 2008

Ressurreição X Reencarnação

"Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores." (Mt 7.15).


Este artigo é minha resposta às argumentações de um espírita que tentou usar um texto fora do contexto pra formar um pretexto, veja uma parte do que ele me falou:

"Muitos dos ensinamentos de Jesus nada mais são do que os Ensinamentos judaicos. Jesus foi considerado até um Rabino pelos seus ensinamentos.Vou dar exemplo pequeno de uma passagem que pode exigir um grande estudo. Mas pelo menos uma parte posso dizer. Os apostulos perguntaram a Jesus o por que do homem ter nascido cego, que pecado ele tinha cometido para nascer cego. Aqui, a pergunta dos apostulos é clara sobre vidas passadas, pois não se faria uma pergunta dessas se o conceito "Transmigração da alma" ensinada no Judaismo não existisse. " O que havia feito para ter nascido cego" é logico que só poderia ser em outra vida. "

Agora veja como eu lhe respondi:

Caro amigo,

Suas argumentações são boas e convenceriam um leigo nas Escrituras, porém estão desprovidas da algo muito importante, apoio das Escrituras como um todo. Se você analisar a Bíblia dessa forma, vai entrar em heresia, quer um exemplo? Então veja isso: "E se não há ressurreição de mortos, também Cristo não ressuscitou. E se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação e a vossa fé" (1 Co 15.13,14), se interpretarmos esse versículo de qualquer forma, sem analisarmos o contexto, entenderemos que não há ressurreição de mortos já que Cristo não ressuscitou. Veja, este é o assunto da nossa discussão, veja também que aqui a ressurreição bíblica e adotada pelo cristianismo primitivo é comparada à de Cristo, logo assim como Cristo ressuscitou, também nós, os salvos, ressuscitaremos incorruptíveis para a vida eterna e os ímpios num corpo imundo para a perdição eterna (Dn 12.2; Jo 14.1-3; 1 Ts 4.13-18; Ap 20.11-15). É importante salientar que os apóstolos criam, a com razão, que a ressurreição não havia ainda ocorrido (2 Tm 2.18), muito embora alguns já tivessem experimentado a ressurreição (2 Rs 13.21; Mt 9.18, Mt 27.50-54; 19,23-25; Lc 7.11-15; Jo 11.1-44), tabém é importante saber que Jesus ainda ressuscita mortos segundo a sua vontade, relatos de cristãos no decorrer da história da igreja nos revelam isso, porém a ressurreição plena se dará no dia determinado pelo Senhor, tanto a dos justos quanto a dos injustos. Você diz que a Bíblia dá indícios de que os judeus crêem na reencarnação e a chamam de ressurreição, isso é acrescentar à Palavra de Deus o que não está escrito, e mais, não se esqueça que a fé cristã está firmada não no que os judeus crêem, mas sim no que Jesus ensinou (1 Co 3.11) e veja que resposta Cristo dá à pergunta feita pelos apóstolos sobre o cego de nascença que você citou: "Jesus respondeu: Nem ele pecou, nem seus pais, mas foi assim para que se manifestassem as obras de Deus" (Jo 9.3), ora, se Cristo disse que aquele homem tinha nascido cego, não porque pecou, nem porque seus pais pecaram, então por que os espíritas ensinam que as mazelas do homem são decorrentes das obras más que ele cometeu no passado, em outra vida? Eu prefiro ficar com Jesus, os apóstolos não tinham uma compreensão completa sobre a verdade e por isso tiveram de ser instruídos pelo Senhor. Recomendo que você leia com atenção os textos seguintes: (1 Co 15 e 1 Ts 4) que são trechos das Escrituras que falam de ressurreição e a deixam claro que ela não é a mesma coisa que a reencarnação ensinada pelos espíritas. Deixo um versículo final: "Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema"(Gl 1.8).

Analisando esta discussão, com quem você ficaria? Com o pensamento limitado e errôneo do homem ou com a Escrituras Sagradas que falam por si mesmas?

Apologeticamente,

Clébio Lima de Freitas.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Aquilo que só Jesus Cristo pode nos revelar

“Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, E não subiram ao coração do homem, São as que Deus preparou para os que o amam”.(1 Coríntios 2:9)

Que versículo maravilhoso esse, ele soa cheio de significado para os verdadeiros cristãos, mas cheio de mistérios para a maioria das pessoas, através da mão do Apóstolo Paulo Deus está falando que aquilo que os olhos humanos nunca viram, os ouvidos humanos nunca ouviram nem homem algum jamais pensou em possuir é isso que Deus reservou para os que o amam. A maioria esmagadora da humanidade, neste exato momento, está preocupada em garantir para si um futuro melhor aqui na terra e isso não é ruim, buscar coisas edificantes é necessário à nossa vida, mas melhor do que buscar prosperidade material é buscar os tesouros do céu (Mateus 6.19ss), porque este mundo um dia cessará, mas as coisas espirituais permanecem para sempre. O mundo procura desesperadamente pela felicidade, mas apesar de buscar alegria nas bebidas alcoólicas, no cigarro, na pornografia, nas drogas pesadas, no adultério, na fornicação ou até mesmo numa simples diversão inocente nada disso o faz feliz porque a verdadeira felicidade está em Cristo já que é ele quem nos dá a alegria da salvação (Salmo 51.12; Isaías 12.3), mas para gozarmos esta felicidade devemos renunciar este mundo (1 João 2.15). O mundo procura paz e na tentativa de encontrar esse bem tão precioso acabam por sobrecarregar suas almas de um tormento que até mesmo parece que nunca vai acabar, o tormento da incerteza e da dúvida sobre o futuro, sobre o porvir, sobre o que virá, sobre o que acontecerá amanhã, mas Jesus nos ensinou que não devemos nos preocupar com as coisas futuras, porque se ele cuida das aves do céu e dos lírios do campo ele também cuidará de nós (Mateus 6.19ss), afinal, somos a sua imagem e semelhança, ele nos chama a buscar dele a paz que a religião não pode dar, que a tradição passada de pai para filho não pode proporcionar, mas que nós encontraremos se o buscarmos com entendimento e racionalidade, afinal ele é o Príncipe da Paz (Isaías 9.6,7). Hoje Jesus te chama para um concerto, uma mudança, porque Ele é o Deus que muda situações (2 Coríntios 5.17), ele mudou a situação do cego Bartimeu lhe dando a vista, por que ele não recobraria a sua visão? Ele mudou a situação da viúva de Naim, por que ele não ressuscitaria seus sonhos? Ele mudou a situação dos dez leprosos, por que ele não te curaria dessa doença? Ele restituiu a vida de Lázaro depois de três dias, por que ele não restituiria a sua? Ele pode todas as coisas e saiba que tudo é possível ao que nele crer, Ele também está te perguntando se você o ama, porque a Sua Palavra nos revela que devemos O amar acima de todas as coisas, acima de nossa mãe, de nosso pai, esposo ou esposa, filhos, objetos e de nós mesmos, esta mesma Palavra nos revela também que devemos amar nosso próximo como a nós mesmos, portanto você não é a pessoa mais importante da sua vida, é Deus quem o é, você não é segunda pessoa mais importante da sua vida, o seu próximo o é juntamente com você, todos nós somos iguais e igualmente necessitamos desesperadamente de Jesus, quem ama a Jesus faz a sua vontade e obedece ao seu ide (João 15.14; Marcos 16.15). Jesus quer te revelar o sobrenatural de Deus (Atos 4.12; 1 Timóteo 2.5), e saiba que só ele pode te revelar o que seu olho nunca viu, o que seu ouvido nunca ouviu e nunca subiu ao seu coração.

Clébio Lima de Freitas.

Ainda que esteja morto viverá

“Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá;” ( João 11:25 ).

Talvez você esteja se perguntando: “Por que crer num livro que foi escrito há dois mil anos e aplicá-lo à minha vida como se ele fosse a verdade absoluta?”, acredito que esse seja o pensamento da maioria esmagadora dos que não crêem que a Bíblia é a Palavra de Deus, se você é um desses talvez sejam esses os seus argumentos: “o tempo não para”, “a vida continua e o contexto histórico, cultural e religioso da Bíblia já não é a nossa realidade”, “vivemos em um tempo diferente, num mundo com problemas, necessidades e valores diferentes daqueles em que estavam inseridos os personagens bíblicos”. Felizmente eu tenho que te dizer que você está equivocado, senão vejamos, impressionantemente nesses dois mil anos do encerramento do Cânon Sagrado a Bíblia ainda é, e pelo jeito continuará sendo, o livro mais vendido do mundo. Mesmo sendo considerada retrógrada e dispensável ela continua sendo apreciada por milhões de pessoas. De todos os livros escritos em seu tempo não existe livro mais atual em sua mensagem do que ela, a Bíblia nunca perde sua aplicabilidade em relação à vida do homem. Se você crê em Jesus como o Filho de Deus e o caminho, a verdade e a vida saiba que ele afirmou que a Bíblia é a verdade para a salvação do homem (Jo 5.39), milhares de pessoas tentaram destruí-la e não conseguiram, acredito que ela é o livro mais amado e também o mais odiado, mas por que será? Talvez porque ela não apenas mostra a verdade escondida no coração do homem revelando aquilo que há de mais profundo, o que muitas vezes nos traz vergonha, mas também mostra-nos as respostas para nossos problemas mais difíceis de resolver. Alguém certa vez falou: “Deus só faz por você aquilo que você mesmo não pode fazer”, e que alegria saber que a Bíblia está recheada de episódios onde o Deus dos Deuses fez por seus servos o que eles não poderiam fazer, que tal José filho de Israel? Alguns o chamam de José do Egito, e eu particularmente não gosto deste título, prefiro chamá-lo de José no Egito. Bom, mesmo sendo vendido como escravo, caluniado e encarcerado ele chegou a ser governador do Egito (Gn 41.41-43; At 7.10) e o mais impressionante é que tudo o que ele passou contribuiu para que chegasse onde chegou. Eu creio que tudo que nossos inimigos fizerem contra nós só nos fará chegar mais perto de nossa vitória, as pedras que jogam contra nós servirá no futuro como um monte onde chegaremos mais perto de Deus. Quando Jesus afirmou que todo aquele que nele crê mesmo que esteja morto viverá nos vem à mente algo impossível, mas não é a Bíblia que nos mostra que nós podemos todas as coisas em Cristo que nos fortalece? (Fp 4.13), talvez você esteja morto e ainda não percebeu, talvez seus ouvidos já perderam a sensibilidade de ouvir a voz de Deus, talvez seus olhos já perderam a capacidade de enxergar os feitos e maravilhas que Deus tem realizado, talvez seus pés já não tenham forças de se movimentar em direção ao lugar onde Deus te mandou ir, talvez sua boca já não tenha mais a capacidade de falar as coisas que Deus tem te mandado falar, ou pior, talvez seu coração já não tenha mais a capacidade de sentir a presença de Deus, mas Deus está te falando que se você crer nele ainda que esteja com todos os sintomas de alguém que está morto ele vai te resuscitar e vai te dar vida em abundância (Jo 10.10). Creia em Jesus e seja ressuscitado agora em Seu nome para a honra e a glória do Deus Todo-Poderoso!
“Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” (Jo 5:24).

Clébio Lima de Freitas.

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