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terça-feira, 12 de outubro de 2010

O que é Pentecostalismo

O vocábulo Pentecostes que origina o termo Pentecostal deriva da palavra grega penteekostos e significa quinquagésimo ou cinquenta, pois era uma festa judia que acontecia cinquenta dias após a páscoa, essa festa também era chamada de Festa das Semanas (Ex 34.22), Festas das Colheitas (Ex 23.16) e Dia das Primícias (Nm 28.26)¹. O movimento aderiu a este termo, pois segundo o livro de Atos dos Apóstolos, Cristo após ressuscitar ordenou aos discípulos que ficassem em Jerusalém até do alto receberem poder para testemunharem dele (Lc. 24.49; At 1.8), assim a promessa se cumpriu exatamente no dia de Pentecostes marcando o início da colheitas das almas para o reino de Deus assim como a festa das colheitas que marcava o início da colheita no campo.

O Pentecostalismo é uma ramificação do Cristianismo que possui fundamentos provenientes da Reforma e várias influências de movimentos que protestaram contra o mundanismo e formalismo em que o Cristianismo se afundava através da história. Desde o Montanismo de Tertuliano ainda nos tempos da igreja primitiva até os movimentos como o Pietismo e o Metodismo já após a Reforma, muitos experimentaram manifestações sobrenaturais resultantes da busca por avivamento em meio à mornidão da igreja. Na história da igreja pode-se constatar manifestações como línguas estranhas, profecias, revelações, curas e milagres², logo percebe-se que as manifestações do Espírito não ficaram restritas aos tempos em que os doze apóstolos de Cristo andavam sobre esta terra, de acordo com o que está escrito em passagens bíblicas como At 2.39.

O pentecostalismo distingue-se das igrejas reformadas principalmente no que tange aos dons do Espírito, já que entendem que tais manifestações permanecem disponíveis e operantes na igreja até hoje, enquanto que para os reformados, tais manifestações não persistem, mas ficaram restritas aos “tempos apostólicos”. Sobre a questão do Batismo no Espírito Santo e dos dons do Espírito, o credo das Assembleias de Deus no Brasil assevera: “Cremos: […] 9. No batismo bíblico no Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo, com a evidência inicial de falar em outras línguas, conforme a sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7). 10. Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação, conforme a sua soberana vontade (1 Co 12.1-12).[…]”. Essa questão envolve muita polêmica, já que o assunto é complexo, mas de forma simplificada, esta é a posição da grande maioria dos pentecostais no mundo.

É consenso entre os estudiosos que o pentecostalismo moderno teve início em 1906 com a pregação simples de um negro norte-americano chamado William J. Seymour. Era ele um Metodista adepto do Movimento de Santidade que, influenciado por Charles Parham, pregava uma mensagem que chamou a tenção da imprensa na época, uns chamavam aquilo de uma grande mentira e alguns creditavam tais manifestações a Satanás. O certo é que a igreja da rua Azuza em Los Angeles influenciou inúmeras outras e enviou missionários a todo o mundo levando consigo a mensagem pentecostal favorecendo assim o crescimento dos protestantes em países onde até então possuíam predominância católica e hoje despontam como grandes favoritos a se tornarem países de maioria protestante no futuro. O Pentecostalismo é uma das ramificações do cristianismo que mais cresce no mundo4.

O movimento pentecostal já completou seu primeiro centenário e no Brasil completará cem anos em 2011. É formado por diversas denominações, sendo que no Brasil é representado principalmente pelas Assembleias de Deus e possui já grandes expoentes em se tratando de teólogos, entre eles os norte-americanos: Stanley M. Horton, Anthony D. Palma, Willians Menzies e Orlando Boyer; os ingleses: Myer Perlman e Donald Gee; e os brasileiros: Antonio Gilberto, Elienai Cabral, Claudionor Côrrea de Andrade, Paulo Romeiro, Esdras Bentho, Esequias Soares e Ciro Sanches Zibordi. Tais teólogos têm insistido em discorrer sobre a veracidade da doutrina pentecostal como sendo bíblica bem como sobre o correto uso dos dons do Espírito e certamente têm contribuído muito para o amadurecimento do pentecostalismo dando-lhe um caráter mais teológico. Teólogos pentecostais têm contribuído bastante para a apologética cristã destacando-se como grandes opositores da Teologia da Presperidade entre outras heresias da atualidade.

Referências:

[1] Paulo Romeiro. Decepcionados com a Graça. São Paulo: Mundo Cristão, 2005, p. 22.
[2] Antonio Gilberto. Verdades Pentecostais. Rio de Janeiro, RJ: CPAD, 2006, p.37.
[3] Idem. p.44.
[4]Crescimento pentecostal é o fenômeno religioso mais significativo na AL. Disponível em: http://www.adital.com.br/Site/noticia2.asp?lang=PT&cod=8240. Acessado em: 12 de outubro de 2010.

Um comentário:

claudiopimenta disse...

muito bom bem direto ao assunto

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